sexta-feira, 6 de março de 2009

Capitulo VIII

Na manhã seguinte, Vohldrik e Lehvinia deixaram a morada do Capitão Mark, e iniciaram sua jornada pelas areias escaldantes do imenso Deserto da Lamentação. Estavam ainda pensando na missão extremamente importante que tinham agora, e algumas vezes seus pensamentos com relação a essa nova jornada traziam sensações de surpresa ainda. Nunca imaginariam eles dois que sairiam da residência do Capitão com um objetivo tão importante a ser cumprido, e muito menos que teriam tamanha responsabilidade baseada na confiança depositada neles pelo Capitão. Durante a jornada, Vohldrik contou para Lehvinia a respeito de sua família desaparecida, seu irmão guardião e sobre como viviam em Tundra Infame, sendo criados pelo padrinho deles, o Oficial Henkoff. Porém, caminharam a maior parte do trajeto em silêncio, mais para pouparem suas forças sob aquele sol causticante do que por falta de assunto qualquer. Tentavam se proteger daquele calor quase insuportável que reinava naquelas planícies desertas. E para que a viagem nunca fosse muito cansativa, tanto Vohldrik quanto Lehvinia carregavam somente o essencial para a jornada, e suas vestimentas eram as mais leves possíveis. Vohldrik, com sua armadura leve sob a capa de couro de cobras gigantes, e Lehvinia em seu quimono de seda, uma vestimenta que deixava à mostra parte de suas pernas e seus braços, ambos já bastante bronzeados pelo sol do deserto.
Caminharam por dois dias e duas noites, com paradas programadas para descanso. Na manhã do terceiro dia avistaram ao longe o condado principal do Deserto da Lamentação. O calor abrasivo deformava a linha do horizonte, e de cima de um monte, Vohldrik e Lehvinia podiam ver a cidade. Estavam seguindo as orientações do Capitão Mark a respeito da localização exata do Portal, e por isso não foram em direção ao condado. O Portal ficava nas imediações da cidade, a cerca de cinco quilômetros na direção sudeste, em um local de difícil acesso.
Na realidade, a dificuldade de acesso era apenas um artifício utilizado para evitar possíveis visitas de viajantes e moradores da região, já que em toda a extensão do Deserto da Lamentação havia centenas de edificações em ruínas, construções abandonadas que na maioria das vezes serviam de abrigo aos inúmeros viajantes que sempre se aventuravam a tentar atravessar as areias do deserto. Em função disso, a localização exata onde o Portal havia sido construído era bem peculiar. Ele ficava escondido no fundo de pequeno vale cheio de corredores estreitos e sombrios, e possivelmente esse clima soturno também acabava afastando os possíveis curiosos que resolvessem perambular pela localidade. Além disso, o próprio Portal tinha um sistema de funcionamento que agia como um mecanismo de proteção, onde somente aqueles que traziam o cartão de teletransporte é que poderiam atravessá-lo sem problema. Para aqueles que não dispunham de um cartão, a entrada dimensional não era acessível e não poderia ser vista. Nada seria visto, a não ser um imenso portal em arco encravado na rocha e construído com pedras talhadas e bem trabalhadas, tendo na parte superior do arco a imagem de um imenso rosto com uma expressão intimidatória, em cuja parte superior de sua cabeça havia um rosto menor, além de um semi-arco com 7 pequenas espadas encravadas. Nas paredes interiores da entrada podiam ser vistos entalhados diversos hieróglifos da língua regional. Esses mesmos sinais podiam ser vistos nas pequenas rochas lapidadas que ficavam dispostas em destaque na parte superior do Portal, logo atrás da imensa cabeça.
Vohldrik e Lehvinia avistaram ao longe uma matilha de raposas do deserto, enquanto seguiam pelo caminho que os levariam ao pequeno vale. Desceram, então, pelos corredores esguios e penumbrosos, e seguindo as orientações do Capitão Mark, conseguiram encontrar o Portal.
- Enfim, chegamos. – disse Lehvinia, enquanto observava o lugar atentamente.
- Que local difícil de ser encontrado esse aqui. – disse Vohldrik olhando para o Portal – Se não fosse pelas orientações detalhadas do Capitão, a gente não encontraria esse lugar no meio desse labirinto de pedra.
Lehvinia chegou um pouco mais perto, e fez um ar de desconfiada.
- Vohldrik, estranho dizer isso, mas eu acho que o Portal não está funcionando. Só vejo ali uma parede de pedra.
Vohldrik ficou um pouco confuso, e começou a considerar a possibilidade do Capitão Mark ter se enganado com relação ao local da passagem.
- Não é possível. O Capitão explicou detalhadamente para a gente, e explicou duas vezes, para que tivéssemos certeza do local exato. – Vohldrik abriu sua pequena bolsa de couro, procurando o cartão de teletransporte em seu interior. – Será que o Capitão nos deu os cartões corretos?
Assim que Vohldrik pegou o cartão, ele olhou novamente para o Portal, e começou a observar uma breve cintilação luminosa sair de dentro dele. O brilho luminoso foi aumentando levemente, até se converter numa espécie de aura envolvendo a entrada do lugar.
- Lehvinia, pegue o seu cartão. Eu já entendi como o Portal funciona.
- Entendeu? Então o Portal funciona mesmo? – perguntou a maga, toda curiosa.
- Sim, funciona. Exatamente como o Capitão nos disse. Só que você precisa estar com o cartão em mãos. Pegue o cartão e veja você mesma.
Lehvinia pegou o cartão que havia guardado consigo, segurou e encarou o Portal. Ao perceber também a aura se formando diante de si, começou a rir eufórica, abraçando Vohldrik, que ficou meio sem jeito com aquela atitude amistosa repentina.
- Isso é fascinante! Realmente funciona, impressionante! – dizia Lehvinia, entre sorrisos.
- Eu só espero que consigamos encontrar o caminho correto até Midreth. – comentou Vohldrik, pensativo. – Preparada para atravessar?
- Sim, estou, lógico! – respondeu Lehvinia, entusiasmada.
Vohldrik então atravessou primeiro, seguido de perto por Lehvinia. Não demorou muito e estavam os dois em um imenso saguão circular com paredes e pisos em tons de um azul escurecido, que era devidamente iluminado pelas auras brilhantes que emanavam de cada uma das diversas portas que rodeavam completamente o lugar. Vohldrik olhou para o chão, e percebeu que aquele todo aquele lugar, o piso, o teto, e inclusive as paredes, eram revestidos de metal, com rebites em diversos pontos a reforçar sua estrutura. Lehvinia olhava maravilhada, e ao mesmo tempo surpresa, todo aquele ambiente, pois nunca tinha visto antes um lugar igual àquele. Caminharam em direção ao centro do saguão.
- Vohldrik, acho que não teremos dificuldade em encontrar nosso destino. – disse Lehvinia.
- Realmente, você tem razão.
De fato, eles não teriam dificuldade nenhuma em encontrar a porta certa que os levaria até Midreth. Na frente de cada uma das portas havia uma espécie de holograma de um brasão flutuando de maneira giratória. Cada brasão indicava um lugar importante de Nevareth, representando uma cidade, uma região ou um dos continentes conhecidos. Entretanto, nem todas as portas pareciam estar funcionando.
- E aquelas portas? Elas parecem desativadas. – questionou Lehvinia.
- Estranho isso. Mesmo estando com o cartão, elas não se ativam. – disse Vohldrik, olhando para o seu cartão e para as portas inativas.
- Será que elas funcionam somente com outros cartões diferentes de teletransporte?
- Provavelmente. Sobre isso, o Capitão não comentou nada com a gente.
- Qual será o destino dessas portas? Fiquei curiosa agora – comentou Lehvinia, aproximando-se das portas.
- Lehvinia, acho que se o Capitão não nos disse nada, é porque não nos diz respeito no momento. Como ele mesmo nos explicou, algumas coisas que ele sabe não é permitido contar.
- Não é permitido ainda, pelo que eu entendi nas explicações meio misteriosas dele.
- Bom, acho melhor nos prepararmos para atravessar o portal que nos levará ao continente de Midreth.
Dito isso, Vohldrik e Lehvinia caminharam em direção ao Portal cujo holograma giratório mostrava o brasão do Continente de Midreth. Como sabiam que estavam prestes a adentrar num ambiente completamente dominado pelo gelo e por temperaturas congelantes, trataram de se agasalhar da forma como podiam. O jovem guerreiro ajeitou-se em sua capa que estava usando, e cobriu a cabeça com o capuz, enquanto Lehvinia tirava de seu pequeno alforje uma capa e a vestia para protegê-la do frio das montanhas. Quando acharam que estavam devidamente preparados para atravessar o Portal, entreolharam-se de maneira firme, respiraram fundo e seguiram em direção à passagem que os levaria para as terras inóspitas e geladas de Midreth.
A alguns quilômetros do Portal por onde Vohldrik e Lehvinia sairiam, Mehldrik e Hevelin caminhavam num ritmo acelerado, buscando transpor com rapidez os caminhos cobertos por centímetros de neve. O tempo sempre instável era um obstáculo constante, e a nevasca diminuía de intensidade, mas nunca parava de cair. Mehldrik estava disposto a não fracassar em sua missão de resgatar Skaild, pois sabia que o sucesso de seu objetivo significava obter as respostas que há tempos ele buscava sobre o desaparecimento de seus pais. Caminharam durantes horas pelas florestas cobertas de neve, desafiando penhascos com seus caminhos estreitos desenhados nas beiras de montanhas, atravessando rios quase congelados por completo em seus cursos e evitando ao máximo encontrarem monstros pelas trilhas que escolhiam. Horas ininterruptas caminhando em direção ao local exato que o Oficial Henkoff suspeitava ser o esconderijo da Guilda dos Ladrões, até que em um determinado momento, Mehldrik parou subitamente, depois de avistar uma movimentação estranha há alguns metros adiante de onde estavam. Rapidamente puxou Hevelin para trás de algumas árvores, e fez gestos sutis, pedindo que a duelista se mantivesse em silencio. A tempestade havia diminuído mais uma vez, porém, a neve que caía ainda atrapalhava a visão de ambos. Ainda assim, eles podiam visualizar vultos próximos de uma entrada do que parecia ser uma mina abandonada. Sorrateiramente, Mehldrik e Hevelin foram se aproximando do local avistado, esgueirando-se por entre árvores e pedras no caminho. Hevelin viu ali próximo do local da entrada uma pequena clareira entre as árvores, e uma cabana.
- É aqui o local descrito por Henkoff. – sussurrou Hevelin no ouvido de Mehldrik. – A entrada de uma mina, uma clareira e uma cabana abandonada.
- Então aqueles que estão na entrada da mina devem ser da Guilda dos Ladrões.
- Eles devem estar vigiando a entrada. Não consigo enxergar direito, mas parece que são seis ou sete que estão na porta.
- Acredito que deva ter mais homens naquela cabana. Eles não ficariam tão dispersos aqui fora se não tivessem alguma equipe de apoio lá dentro para o caso de possíveis invasores aparecerem.
- E dentro da mina? – perguntou Hevelin.
- Primeiro vamos ter que cuidar desses que estão aqui fora. Então, quando entrarmos na mina, teremos que agir rápido, caso Skaild esteja como refém aqui.
- Então não podemos perder mais tempo. Temos que agir logo. Tem alguma sugestão?
- Tenho. Vamos nos separar de novo. Você cuida do pessoal dentro da cabana, enquanto eu cuido daqueles ali fora.
Hevelin, então, empunhou mais uma vez suas duas katanas, enquanto Melhdrik invocava seu escudo astral e empunhava sua katana. Os dois estavam mais do que preparados para agir novamente.

Um comentário:

  1. parece que eu estava certo.... a maga e o guerreiro foram teletransportados num local proximo ao guardião e a duelista... se for como na história do cabal br, eles vão encontrar e lutar com kushu ( esse personagem foi feito pro vc nao? acho que ta escrito errado o nome mas bem....)e tb vão resgatar a lider da guild( ta na ponta da lingua mas nao lembro o nome e.e)
    no cabal br , temos que resgatar skaild e masi pra frente resgatar a lider da guild... entao nao sei como vc fez, se escreveru seguindo a hsitória do jogo ou fez as devidas alterações para se encaixar com a história que vc formulou.
    qualquer que seja sua escolha, ficara muito bom.

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